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Consequências do Avivamento em Jerusalém (parte 4/5)


O Apóstolo Pedro levanta-se agora sem medo, sem falsa modéstia, como anteriormente, e ousadamente expõe o primeiro sermão do Pentecostes. É um sermão com conteúdo abundante de Bíblia e promessas de Deus, demonstrando um conhecimento prévio do que dizia. (Atos 2.14-36).

A pregação de Pedro era vibrante e gerava temor, reverência e quebrantamento. Com muita liberdade Pedro explicava os acontecimentos inusitados do Pentecostes referindo-se ao derramamento do Espírito previsto na palavra messiânica de Joel. O derramamento do Espírito no AT era amplamente reservado aos líderes espirituais e nacionais de Israel. De acordo com a nova aliança, entretanto, a autoridade do Espírito é para "toda carne", para tudo o que estiver sob essa nova aliança. Cada crente é ungido para ser sacerdote e rei perante Deus. Os sonhos e as profecias são evidências importantes de participações no derramamento do Espírito.

Não dá para aceitar um avivamento sem conversões, sem mudança de vida, somente com um barulho interno e um grande emocionalismo dentro do templo. Lamentavelmente, temos contemplado muitos ajuntamentos nesses últimos dias, mas depois as pessoas continuam as mesmas.

O avivamento do Pentecostes gerou grandes resultados, pois após a pregação perguntaram "... Que faremos varões irmãos?" (Atos 2.37). Nos avivamentos que vem de Deus sempre acontecem muitas conversões e batismo, e Deus levanta muitos missionários, pregadores e pastores. A resposta petrina ainda é a mesma para os sedentos: "arrependei-vos e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo para perdão dos pecados e recebereis o dom do Espírito Santo" (Atos 2.38).

Pedro pede que seus ouvintes mudem de opinião e postura em relação a Cristo a fim de serem batizados em nome de Jesus Cristo como reconhecimento público de que haviam aceitado a Jesus como Messias e o Senhor. "Nome" sugere natureza ou caráter, portanto ser batizado "em nome de Jesus" significa admiti-lo com tudo o que o seu nome denota.

Os conversos gerados pelo avivamento permanecem e geram frutos. Não são conversões temporárias ou como trocas de algumas benesses materiais. São conversões reais tais como o profeta Habacuque expressa: "Porquanto, ainda que a figueira não floresça, nem haja fruto na vide; o produto da oliveira minta, e os campos não produzam mantimento; as ovelhas da malhada sejam arrebatadas, e nos currais não haja vacas, todavia, eu me alegrarei no SENHOR, exultarei no Deus da minha salvação" (Hc 3.17, 18).

A palavra doutrina do gr. Didachê, "ensino" denota a continuidade dos ensinos de Cristo, Os Apóstolos tiveram o privilégio de aprenderem aos pés de Cristo. Suas palavras, sua doutrina penetrara em seus corações de tal forma que eles escreveram os Evangelhos sem que Jesus tivesse escrito sequer um capítulo.

Não havia tentativas de mudanças ou de formas doutrinárias. Cristo era tudo em todos. Russel Shedd argumenta que "os apóstolos eram detentores do acervo dos ensinamentos de Jesus colecionados nos quatro Evangelhos".

"Todos os dias, continuavam a reunir-se no pátio do templo" para receber instrução de Jesus exaltado, ministrada pelos apóstolos. Sem essa operação especial de Deus, o ensino e a leitura da Bíblia se tornam rotineiros. Os ouvintes recebem as mensagens do pastor e dos professores da Escola Dominical como quem almoça sem apetite.

A palavra grega "koinonia" descreve amizade, parceria, uniformidade, comunhão íntima, companheirismo. Em comunhão os crentes demonstravam aos outros que tinham tudo em comum. Logicamente era uma junção de acontecimentos que fez despontar uma "grande comunidade". Eram unidos na oração, no partir do pão, nas contribuições e demonstravam grande temor. Em cada alma havia temor. Estavam juntos e tinham todas as coisas em comum. A unidade da Igreja era contagiante, pois todos os dias o Senhor acrescentava a Igreja aqueles que se havia de salvar (Atos 2.47).

Os crentes comiam juntos, em grande alegria porquanto suas vidas haviam assumido um novo propósito e destino. Faziam isso a Jesus como Senhor, enriquecendo as suas vidas. Note-se como Cristo se tornou o centro de toda a vida dos crentes; e sem dúvida esse é o segredo de sua intensa devoção. Agiam com simplicidade de coração, e a simplicidade é uma das qualidades da pureza de vida.

A proporção em que vamos perdendo nossa pureza de vida começamos a ficar mais complexos, pois então temos muitos dominadores. Aqueles que têm apenas um Senhor podem servi-lo exclusivamente, os seus corações são simples e não complexos, e isso reflete a pureza de vida que os caracteriza. O Avivamento do Pentecostes produziu crentes com essa natureza.



Fonte: O Grão de trigo que gerou as Assembleias de Deus, p. 46-48.
Extraído do livro: (4° EBOM) Pentecostalismo e História, AD São Mateus, comentários: Pr. José Elias Croce

"A História da Igreja - O Avivamento em Jerusalém" foi divida em 5 partes. Continue apreciando esta brilhante matéria em nosso cronograma completo.

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