Como a própria palavra "avivamento" já sugere vida, não há condições de haver um avivamento sem reações. O Apóstolo Paulo sinalizou que um avivamento pessoal gera uma ressurreição. "Se já ressuscitaste com Cristo, buscai as coisas que são de cima, onde Cristo está assentado à destra de Deus" (Colossenses 3.1).
Quem está vivo reage, fala, anda, canta, se alegra, isto é, entra na comunidade dos vivos e todos percebem vida nEle. Além da palavra popular no grego para ressurreição "anástasis", no texto de Colossenses 3.1, Paulo usa a palavra "synegeíro" enfocando "um ressuscitar com, ou juntamente", demonstrando uma realidade de condição. Entendemos que seria impossível haver uma ressurreição sem que houvesse uma reação imediata. Assim também ocorre com o avivamento, que são palavras correlatas.
Podemos identificar no mínimo três grupos que deixaram suas marcas no dia de Pentecostes. O primeiro grupo denomina-se de "os discípulos", o segundo, os "zombadores" e o terceiro, "os que queriam saber um pouco mais".
a) A reação dos discípulos. Vemo-los reunidos, orando e buscando a promessa do Pai (Atos 1.4). Esse grupo de Jesus exterioriza louvores, adoração, e línguas como o Espírito Santo lhes concedia que falassem; pregação em diversas línguas e com uma unção específica. Reações com as especificidades de um verdadeiro avivamento. Não era um fato isolado por apenas um despertamento individual, mas "todos foram cheios do Espírito Santo..." (Atos 2.4). Era uma reação de todos! Uma koinonia contagiante!
b) As reações dos que queriam saber mais. Imediatamente, dentre a multidão que fora atraída pelo grupo do Cenáculo, uma grande maioria "maravilhavam-se e estavam suspensos" gr. "Diaporéo", estar confuso e perplexo. Interrogam-se uns aos outros e não tinham uma resposta satisfatória, pois que nunca se vira tal acontecimento. Homens simples falando das grandezas de Deus em diversas línguas sem terem estudado essas línguas (Atos 2.7-9). Como não tinham uma resposta imediata, ficaram "suspensos e diziam uns para os outros: Que quer isto dizer?" Isso é esplendoroso! O primeiro grupo, o dos discípulos, gerou uma pergunta muito pertinente: "Que quer isto dizer?" O avivamento de Deus causa essas reações a pessoas sedentas e que querem saber um pouco mais a respeito deste poder que opera em nós. E isso gera muitas conversões (Atos 2.37).
c) A reação dos zombadores. Não temos somente reações favoráveis. O inimigo sempre se levanta, aliás, isso é característico dos avivamentos. Sempre se levantam perseguições. A historia da Igreja está repleta de oposições em épocas de grandes avivamentos. Basta verificar a história da Igreja primitiva ou a história das Assembleias de Deus no Brasil. Os zombadores diziam: "Estão cheios de mosto" (Atos 2.13). Segundo Donald Stemps, Mosto (gr. Gleukos) normalmente se refere ao suco da uva não fermentado. Aqueles que zombavam dos discípulos talvez hajam empregado este termo, ao invés da palavra mais comum no NT para "vinho" (oinos), porque sabiam que os discípulos de Jesus usavam somente este tipo de vinho doce, não fermentado. Neste caso sua zombaria teria sido sarcástica.
Russel Normam Champlim comenta que "alguns intérpretes pensam que houve, no caso desses zombadores, uma influência satânica ou demoníaca, que procurava lançar no descrédito todo aquele miraculoso acontecimento posto ser aquele um dos principais atos de Deus para dar início a igreja cristã. Indivíduos hostis, sem estarem sofrendo qualquer influência dos espíritos, poderiam ter-se mostrado suficientemente demoníacos. É possível que estivesse em operação, naquela oportunidade, nada mais senão o arraigado ódio judaico contra qualquer coisa que se desviasse no mais leve grau, de seus padrões fixos."
Fonte: O Grão de trigo que gerou as Assembleias de Deus, p. 44-45.
Extraído do livro: (4° EBOM) Pentecostalismo e História, AD São Mateus, comentários: Pr. José Elias Croce
"A História da Igreja - O Avivamento em Jerusalém" foi divida em 5 partes. Continue apreciando esta brilhante matéria em nosso cronograma completo.
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