banner slider

Fatores que antecedem o avivamento de Jerusalém (parte 1/5)


Os avivamentos que vem de Deus sempre revertem situações, priorizam a palavra, geram interesses pelo reino de Deus e derruba barreiras de acesso a outras culturas. Há sempre um teor mais universalista que localista, pois Deus amou todo o mundo (João 3.16). Não apenas um povo ou nação exclusiva.

Essas marcas são bem visíveis no avivamento de Jerusalém. Várias nações presenciaram o avivamento que Deus enviou a Jerusalém e seus efeitos percorrem a história dos homens. O avivamento que vem de Deus sempre fica como referencial. É o que disse o profeta Habacuque: "... Aviva ó Senhot, a tua obra no meio dos anos, no meio dos anos a notifica..." (Habacuque 3.2).

O apóstolo Paulo destaca em Gálatas 4.4 que "... vindo a plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho...". Deus através de seu Espírito levantou homens e mulheres e fatos históricos para que esse avivamento se concretize. A plenitude dos tempos relaciona-se com o mundo que fora preparado geograficamente, com a helenização dos povos, as sinagogas, os judeus, a língua grega e acima de tudo, o deserto espiritual que habitava nos corações.

As nações tinham sido vencidas pela espada romana naquele ambiente religioso que tudo era atribuído aos deuses. Sendo assim havia um vácuo religioso na vida dos homens esperando pela proclamação vivida do Evangelho de Cristo. Era a plenitude dos tempos.

É fato inegável que a mão poderosa de Deus tem guiado os destinos das nações pagãs desde o princípio do mundo. "E de um sangue se fez toda a geração dos homens para habitar sobre a face da terra, determinando os tempos já dantes ordenados e os limites da sua habitação" (Atos 17.26).

Desde o início da história humana, Deus começou a guiar todas as coisas de acordo com a sua vontade. Esta preparação revela-se também na política e nas religiões dos povos pagãos. Até certos homens do paganismo, tais como Ciro, foram escolhidos por Deus para adiantar o seu plano a respeito da vinda de seu Filho ao mundo. "Assim diz Ciro rei da Pérsia: O Senhor Deus dos céus me deu a todos os reinos da terra; e ele me encarregou de lhe edificar uma casa em Jerusalém, que está em Judá. Quem há, entre vós de todo seu povo, seja seu Deus com ele, e suba a Jerusalém, que está em Judá, e edifique a casa do Senhor, Deus de Israel; ele é o deus que habita em Jerusalém" (Esdras 11.2,3).

Uma das particularidades mais interessantes a respeito destes povos pagãos é que a religião entre eles ia se esgotando cada vez mais, de sorte que, quando Jesus veio, já tinham as religiões perdido quase completamente a confiança de seus adeptos. Disse um deles que, apesar de mergulhado nas águas da sua religião até de joelhos, não podia saciar a sede de sua alma.

As religiões da gentilidade já não satisfaziam às necessidades espirituais do povo, que, por isso mesmo, estava à espera de alguém que viesse de cima e o salvasse. Um estudo ligeiro destas religiões releva pelo menos, quão grande era a esperança que tinham de um salvador do céu. E este era o Filho de Deus.

As religiões  pagãs não tinham mais nada para dar e seus adeptos, estavam esgotados, de sorte que, quando Jesus veio, todas estavam em condições de aceitá-lo. Precisamos conservar bem vivo na memória o fato de que Deus estava preparando o mundo para a vinda de seu Filho, através de toda a história antiga, até mesmo entre os pagãos.

Além do que já mencionamos, aparecem-nos mais dois fatos "nesta preparação para a vinda de Jesus: a verdadeira natureza do pecado foi uma das primeiras verdades reveladas por Deus ao seu povo". Parece que Deus deixou os homens pecarem até o limite para que eles reconhecessem a depravação moral que podia chegar o homem corrompido. Antes da vinda de Jesus, a raça humana chegou à beira do abismo. Os homens viram o destino terrível que os aguardava, caso continuassem no pecado.


Lendo Romanos 1.18-32, podemos compreender o plano de Deus em tudo isso. "Pelo que Deus os entregou às concupiscências de seus corações, à imundícia para desonrarem seus corpos entre si; pois mudaram a verdade de Deus em mentira, e honraram e serviram mais à criatura do que o Criador, que é bendito eternamente, Amém". Pelo que Deus entregou às paixões infames. Porque "até as suas mulheres abandonaram o uso natural, no contrário à natureza". Assim escreve Paulo nos versículos 24, 25 e 26 com capítulo citado.


Deus fez o ser humano compreender que pela filosofia e pela ate, não poderiam salvar-se. Muitos filósofos hodiernos não têm feito nova criação nem novas descobertas; não passam, aliás, de copiadores da filosofia dos antigos. Antes da vinda de Jesus, Deus ensinou à humanidade que era impossível obter a salvação por meio da arte e da filosofia. Não obstante, quantos hoje que intentam fazer destas coisas meios de salvação.


a) Os ensinos de Jesus. Junto aos fatores históricos inclui-se o mais importante dos fatos, que são os ensinos do Senhor Jesus. Durante um período de aproximadamente três anos, o Mestre não cessou de ministrar ensinos. Os Evangelhos que provam a extraordinária competência de Jesus em colocar no coração de seus discípulos doutrinas e princípios que extrapolam os ensinos de todos os sábios existentes até então. Ensinos que foram escritos em seus corações, não com pena em papel ou pergaminho, mas através do Espírito Santo. Não foi Jesus quem escreveu as lições nos pergaminhos, mas os discípulos exteriorizaram o que Cristo lhes colocara em seus corações. Esses princípios preparam os discípulos para o grande derramamento do Espírito. O princípio continua sendo o mesmo. Primeiro a Palavra, sua prática e obediência e "depois", virá o avivamento.


b) A ascensão de Jesus. A ascensão de Jesus foi algo extraordinário e impressionante na vida dos discípulos. Ali no Monte, Jesus deu-lhes as últimas instruções. A grande comissão e a ordem de ficar em Jerusalém até que lá do alto recebessem a Promessa do Pai. Depois dos três anos de ensino agora vinha a conclusão, uma espécie de certificado, como discípulos ficaram temporariamente estáticos, quase que num arrebatamento de sentidos, enquanto Jesus desaparece nas nuvens (Atos 1.9-11). Eles tinham uma mensagem, uma experiência de vida. A palavra estava viva em seus corações. Assim foram para o cenáculo (Atos 1.12-14).


Em cinco referências do NT, Jesus incumbe diretamente seus discípulos a ir pregar o Evangelho a todo o mundo (Mateus 28.18-20; Marcos 16.15-15; Lucas 24.45-48; João 20.21-23; Atos 1.8). Aqui, sua grande comissão é precedida pela promessa do derramamento do Espírito Santo. A permissão para evangelização mundial está inseparavelmente ligada a essa promessa.


Há uma necessidade óbvia de poder se as pessoas perceberem completamente o evangelho. Mas antes disso, outro assunto aguarda resolução. O Espírito veio para nos convencer a ir. Precisamos poder para servir de maneira eficaz, para curar os doentes e para libertar aqueles possuídos por espíritos imundos. Mas, devemos receber a primeira unção: poder para agir, para ir. Então, ele dará: 1) Poder para encontrar os perdidos; 2) Autoridade para declarar ousadamente Jesus como Filho de Deus; 3) Poder para estabelecer sua Igreja, local e mundialmente.


As fronteiras de  expansão pretendidas estão claras: Jerusalém (local), Judeia (nacional) Samaria (cultural) e os "confins da terra" (internacional). O último mandamento de Jesus aponta para seu poder e caminhos para a evangelização.


c) A perseverança na oração. "Todos estes perseveraram unanimemente em oração e súplicas, com as mulheres, e Maria, mãe de Jesus, e com seus irmãos" (Atos 1.14). Os discípulos foram tocados pela maneira que Jesus orava. Agora, depois da ascensão, Ele recomenda: "... Ficai... até que..." (Lucas 24.49). A junção da palavra, experiência e oração estavam bem presentes em suas vidas. A palavra perseverança nesse verso é oriunda do termo grego "Proskarteréo", com o significado de "ser forte, firme, continuar firme". Conf. Chave Linguística do NT Grego. Esse modelo continua sendo o mesmo!


Russel Noman Champlim comenta que o verbo grego do qual obtemos a tradução "... Perseveravam..." neste versículo, se deriva da palavra que significa forte, que originalmente significava persistir obstinadamente. Nesse sentido é que encontramos nos trechos de Romanos 12.12 e 13.6. Em outros contextos também têm o sentido de "aderir firmemente". Isso, pois, caracterizava a oração em que os discípulos se atarefavam naqueles dias, o que também nos faz lembrar-se da passagem de Tiago 5.16, que diz: "... Muito pode, por sua eficácia, a súplica do justo".



Fonte: O Grão de trigo que gerou as Assembleias de Deus, p. 37-41.
Extraído do livro: (4° EBOM) Pentecostalismo e História, AD São Mateus, comentários: Pr. José Elias Croce

"A História da Igreja - O Avivamento em Jerusalém" foi divida em 5 partes. Continue apreciando esta brilhante matéria em nosso cronograma completo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário